Flisol 2011 - Rio e o desenvolvimento livre
- Postado em 11/04/2011
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- Por lucianoratamero
Quando o Henrique Bastos me chamou, numa quinta à noite de pós-Dojo, para cobrir o Flisol 2011 - Rio, no dia 9, não achei que fosse me divertir tanto. Fato é que curso jornalismo e por mais que eu seja o mais nerd dessa classe (desgraçada), não entrava na minha cabeça que algo pudesse ser, ao mesmo tempo, técnico e livre para todos os públicos. Algo realmente recomendável ao leigo e ao CEO. Uma experiência de vida, sem exageiros.
Para quem não sabe, Flisol é a sigla para Festival Latino Americano de Instalação de Software Livre, apesar do público que foi para instalar ser bem menor que o total do evento. Até que foi bastante gente, e olha que a organização mal teve tempo de divulgar decentemente. Oscar Marques, um dos organizadores da etapa local do festival, disse que os preparativos começaram a 3 semanas do dia marcado e só na última semana que conseguiram confirmar o local, o campus da Unirio na Urca.
Enfim, pensei em escrever essa matéria de várias maneiras. Abandonei logo a abordagem jornalística, vendo o público ao qual a matéria estava destinada. Pensei em fazer de maneira cronológica, descrever o evento, mas isso deixaria de fora o que realmente me impressionou: a humanidade e o companheirismo, fatores que estão fora do que o senso comum imagina de um desenvolvedor de softwares. Decidi então relatar o meu ponto de vista e algumas das conversas que tive por lá. Espero que vocês tenham paciência de ler o tanto que tenho pra compartilhar.
Cheguei às 8h10 na Unirio, atrasado pela ponte engarrafada, e esperava que tudo já estivesse encaminhado, com palestras, workshops e tudo mais previsto pelo cronograma. O que encontrei foi isso:
Só faltou a bola de feno
Mas o pessoal da organização já estava lá, trabalhando para começarem o evento assim que chegasse mais gente. Aproveitei pra conversar um pouco com quem estava ali. Carlos da Cruz, o popular Cadunuco, e Pedro Marins deram uma prévia sobre o que estava por vir.
Pedro (esq.) e Cadunico (dir.).
E foi o que aconteceu. Pouco a pouco o pessoal foi chegando, as palestras começaram, os workshops foram abrindo e a mágica aconteceu: cerca de 200 pessoas compareceram, sem contar os palestrantes e o jornalista (forever alone) aqui. Mário do Amaral, Rômulo Machado e sua turma vieram de Campos dos Goytacazes pra apreciar o evento.
Haja coração.
Acho que o que me moveu para cá foi a paixão pelo software livre e o fato da relação com a comunidade ser uma coisa muito importante, disse Rômulo. Além de ter as palestras que nos interessam, comentou Mário. "Mas acho que podemos alcançar mais gente dentro das faculdades. Trabalhar em software livre é uma oportunidade de aprender bastante coisa e quem quer aprender é quem está entrando na universidade agora".
Essa ideia foi confirmada por Armando do Amaral, que mal entrou na UFF e já está presente nesse tipo de evento. “Se tivesse um por semana, se desse, eu iria. É bom estar com gente que sabe bem mais que a gente, mesmo que a gente não entenda tudo que todo mundo entende.”
Mas o que mais me impressionou durante as entrevistas que fiz não foi a disposição do público para sair de casa de manhã num sábado ensolarado para ver slides projetados na parede; foi o voluntariado que produziu a etapa local do festival. As palestras foram ministradas gratuitamente, o local foi cedido sem custos, o público não teve que pagar inscrições. Os participantes que estavam ali não viam os outros como concorrentes no mercado de trabalho, mas como companheiros que podem se ajudar seja qual for a condição ou a necessidade. O desenvolvimento de software livre deixou de ser apenas uma boa ideia para se tornar uma filosofia de vida.
Álvaro “Turicas” Justen aproveitou para falar que todos os eventos são nós dessa rede da comunidade de desenvolvedores. “A gente marca com a galera e ela aparece. (...) Eu tento ir a todos os eventos que eu posso. Eu vejo que essa reunião de pessoas agrega muito, é isso que a gente tenta fazer com os Dojos e com as palestras”
Este é o iPod Nano.
Como se nada mais pudesse me impressionar, a retrospectiva no final do evento (junto com o sorteio de brindes, é claro) fez com que eu me sentisse parte daquele grupo, o que aproxima o palestrante com quem assiste e fazendo com que as próximas reuniões fossem melhores.
Para concluir: o Flisol foi mais do que um evento para mim. Foi um aprendizado, foi uma nova experiência, tanto pessoal quanto jornalística. Foi uma lição de como o mundo deve ser e de como tudo é possível, se todo mundo se ajudar.
O pessoal de comunicação ainda tem muito que aprender.
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Vou aproveitar para fazer uma propagandinha do DevinRio 2011, que vem aí, e já tem até vídeo de divulgação, feito no Flisol 2011.
Por que voce deve ir no DevinRio 2011 from andre fonseca on Vimeo.
Rolou até gif do Pedro:
[[posterous-content:FEkatcbcCFhIcEggdbxe]]
Espero ver vocês mais por aqui. Aqui é o Luciano Ratamero. Câmbio, desligo.
Mais fotos do Flisol aqui.
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